Vamos virar uma Espanha
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sexta, 17 de setembro de 2021

Se você acha que estou falando quanto à política ou economia, não é isso. Falo de futebol mesmo. Até porque, lá na Espanha, eles têm rei. E nós, aqui, se um dia tivemos um rei que prestou de verdade, foi o Pelé.
O futebol brasileiro está ficando cada vez mais parecido com o espanhol. Não me refiro à qualidade, organização, nada disso. Até por que aqui nem dá pra dizer que os cartolas sabem o significado da palavra “organização”. Falo de competitividade.
Lá na Espanha há anos Real Madrid e Barcelona se revezam nos títulos. Volta e meia aparece o Atlético de Madrid ou um Valencia da vida e leva o caneco. Mas em termos percentuais esses dois devem ter levado 95% dos canecos. Aqui no Brasil estamos indo para o mesmo caminho com Flamengo e, tudo indica, o Atlético-MG e talvez o Palmeiras.
Vai perdendo a graça, sinceramente. Ficaremos dando a vida por vaga à Libertadores. E se for vaga direta é cabível de carreata. Pré-Libertadores é nossa realidade mais evidente. Com o risco de ser eliminado nela, como já aconteceu com Corinthians, São Paulo e Grêmio.
O Flamengo já anda dominando desde 2019. Ano passado faltou qualidade para o Inter na reta final, sobrou para eles deu no que deu. Eles olham para o lado e se notarem que um concorrente está querendo chegar perto, puf!, desembarca o David Luiz. Complicado.
O bom do futebol é que por vezes a lógica acaba não prevalecendo. Talvez por isso ele seja apaixonante. Porém, olhando a probabilidade de as coisas acontecerem, a lógica será soberana. E as grandes conquistas vão ficar lá pelo sudeste do país. Como é na Espanha, onde dois são soberanos na grandiosa maioria das vezes.

JOGO RÁPIDO

- Ainda estamos longe de poder dizer que o União vai subir, mas, para subir, é necessário algo imprescindível: regularidade. E isso, pelo menos até o momento, o União está tendo de sobra.

- Óbvio que regularidade em fase inicial é uma coisa e, ser “cirúrgico” em mata-mata, é outra. Entretanto, ser regular no começo para criar confiança em situações mais decisivas, ajuda bastante e pode fazer muita diferença.

- Diego Aguirre arrumou o Inter taticamente. Falta, porém, o algo a mais, como um camisa 10 de qualidade, por exemplo. E mesmo que o time venha fazendo gols, a ausência de um matador também é evidente. Aquilo que Guerrero, quando tinha interesse em jogar pelo clube, fazia.

- Domingo de mais um encontro entre Grêmio e Flamengo. Dizer o quê?

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