As ações emergenciais para a área da saúde
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terça, 17 de agosto de 2021

Analisando atentamente o estudo sobre “Os impactos da pandemia na saúde: prioridades e expectativas dos gaúchos sobre medidas legislativas emergenciais na área da saúde”, se observa as principais indicações para ações emergenciais de atendimento às demandas reprimidas e aprimoramento do sistema de saúde público do RS.
A pandemia fragilizou o sistema de saúde. A vida deve prosseguir se adaptando à nova realidade e os gaúchos indicaram na pesquisa várias ações de melhoria, sendo que as principais são:
1) Centro de atendimento integrado às vítimas da Covid: para a população, a primeira ação corretiva diz respeito a uma separação entre os atendimentos voltados para as sequelas da pandemia e os atendimentos normais da saúde, com atenção às demandas reprimidas. A expectativa é por um centro de atendimento integrado às vítimas da Covid, onde se possa identificar e tratar as sequelas da Covid. Muitos entrevistados trazem o exemplo do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, onde se desenvolveu protocolos de atendimento e um serviço psicossocial para acompanhamento das vítimas da tragédia.
2) Regramento para agilizar o atendimento: para os entrevistados é necessário melhorar o acesso e o tempo de espera para os tratamentos médicos. Nesse debate, afirmam que é necessário tornar mais rápida e fácil a marcação de consultas, exames e cirurgias.  E é vital reduzir o tempo de espera, ampliando o horário de atendimento, e otimizar a triagem dos pacientes. Sugerem o uso de aplicativo para marcação de consultas. 
 Em termos de legislação, sugerem que a Assembleia Legislativa desenvolva, em conjunto com especialistas da área da saúde, uma tabela de tempo de espera aceitável para realização de exames, atendimento de especialistas ou cirurgias. Lembram da legislação que limita o tempo de espera na fila dos bancos, reconhecem que o tema é muito mais complexo, mas é necessário ter alguns parâmetros.
3) Leis para manter os protocolos sanitários: a pandemia mudou a rotina da maioria das pessoas e disseminou muitos medos e preocupações. Uma parcela dos gaúchos acredita que é necessário um regramento para motivar uma fiscalização permanente, restringindo as aglomerações. A fiscalização deve exigir o cumprimento de leis e aplicar punições a quem não respeitar as regras de distanciamento e uso de EPIs. 
4) Leis para motivar a vacinação: na percepção de muitos gaúchos a saída da pandemia passa pela vacinação, com a imunização da população. Mesmo que a vacina não seja obrigatória, deve-se restringir os direitos e atividades de quem se negar a tomar a vacina. Trazem exemplos de exigência da carteira de vacinação para viagens, acesso às escolas, áreas de lazer, shows, pontos turísticos, etc.
5) Manual de boas práticas médicas: uma parcela dos gaúchos sente falta de um protocolo de referência para o atendimento dos médicos. Esse debate começa pelo padrão do atendimento da triagem. Na percepção do paciente, cabe ao médico fazer a medição de pressão arterial, febre ou oxigenação do sangue. O protocolo deve perpassar o cumprimento do horário agendado ou a utilização de um sistema de comunicação para atrasados, até o padrão de cordialidade e ética médica.
O pós-pandemia vai exigir uma requalificação do sistema de saúde pública, tanto em função do atendimento da demanda reprimida como pelas angústias e expectativas da população.
 

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