A parábola da ovelha perdida
Os textos de colunistas aqui publicados são de sua total responsabilidade e não refletem a opinião do jornal O Alto Uruguai
segunda, 02 de agosto de 2021

Um dos ensinos mais claros a respeito de quem é Deus foi revelado por Jesus em Lucas 15. Este capítulo é conhecido pelos eruditos como o evangelho dentro do evangelho. Os seus primeiros versículos são introduzidos por uma murmuração dos escribas e fariseus contra Jesus, dizendo: “este recebe pecadores e come com eles” (Lc 15:1,2). A acusação é respondida por Cristo por meio de três parábolas. Neste artigo exploraremos a primeira delas e aprenderemos lições especiais sobre Deus e seu relacionamento conosco.
Jesus começa sua reposta aos escribas e fariseus contando-lhes a parábola da ovelha perdida que versa: “Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo 100 ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as 99 e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. (Lc 15:4-7). 
Este relato pode ser divido em três partes: 1) a tragédia da perda a 2) diligência da busca e a alegria da restauração. Em primeiro lugar, o pastor desta parábola não contempla indiferente o rebanho. Ele conta e reconta. Quando percebe a falta da ovelha não deixa a porta aberta para esperar o retorno dela. Não pensa no trabalho que terá para encontrá-la. Ele toma as providências para encontrar sua ovelha perdida. 
Em segundo lugar, vemos ilustrado nesta parábola o esforço pessoal do pastor para buscar aquela ovelha perdida. O que foi perdido não foi esquecido ou perdeu o seu valor. Finalmente, percebemos neste relato a alegria da restauração. Nesta parábola o pastor se alegra por duas vezes. Primeiro, quando a ovelha é encontrada (Lc 15:5) e, posteriormente, o faz com sua comunidade quando retorna à aldeia (Lc 15:6). 
Nesta parábola Jesus demonstrou à sua audiência que Deus sofre quando alguém se perde, assim como alguém quando perde algo valioso para si. A expressão “pecadores e publicanos” se refere a homens e mulheres sem aspiração de buscar a justiça (conforme a orientação rabínica), prostitutas, ladrões, adúlteros e aqueles que violavam abertamente a lei. Eram pessoas comuns que não tiveram o privilégio da educação rabínica e, na visão dos fariseus e escribas, não eram dignos de respeito. Jesus comia com os publicanos e pecadores porque sabia que estavam longe do ideal de Deus, todavia, nunca foram esquecidos por Ele. Estavam perdidos, mas não esquecidos! Estar com esta classe de pessoas fazia parte da missão de Jesus, pois ele “veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19:10). 
Jesus é nosso Bom Pastor (Jo 10:11). Após o pecado de Adão e Eva, a humanidade ficou tão perdida quanto uma ovelha que se perde do aprisco. Assim como o pastor da parábola sofre por suas ovelhas, Jesus sofre por cada filho que se afasta do caminho de Deus. Ele busca pessoalmente todo o pecador, quer seja religioso ou não. Ele é semelhante e ao mesmo tempo superior à figura do pastor, pois oferece a própria vida para salvar os que nEle creem (Jo 3:16). Quando um pecador se arrepende há festa no céu (Lc 15:7), porque Jesus deseja resgatar e salvar todas as suas ovelhas perdidas. Como o pastor da parábola encontrou a sua ovelha, hoje Jesus te encontrou por meio desta coluna. Que tal retornar para o aprisco do bom pastor e experimentar a alegria da restauração?
 

Fonte: