Caminhoneiros
Condutores de veículos de carga reclamam, principalmente, do alto preço do diesel e do baixo valor do frete pago aos profissionais autônomos
Publicado em 15/01/2021, última alteração em: 15/01/2021 17:47.
Por:

Nesta semana, uma reportagem da CNN Brasil apontou a possibilidade de uma nova greve histórica dos caminhoneiros ser realizada no início de fevereiro deste ano em todo o país. A matéria chamou a atenção da população, ante ao comunicado de associações e entidades que representam parte da categoria, ao afirmarem que a paralisação que vem sendo construída pode ser igual ou até maior do que a realizada em meados de 2018, quando uma grande greve paralisou o Brasil por semanas, deixando cidades sem abastecimento de alguns produtos e forte impacto na economia durante meses.
Entre os grupos que ventilam a possibilidade de greve dos caminhoneiros estão a Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB) e o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). De acordo com as lideranças dos grupos ouvidos pela CNN Brasil, nenhum disse possuir problemas em realizar uma greve em plena pandemia.
VEJA MAIS
A principal reclamação da categoria é com o preço do diesel. Em Frederico Westphalen, por exemplo, o combustível era encontrado nos postos da cidade no fim da quinta-feira, 14, por preços variando entre R$ 3,60 a R$ 3,99. Para os profissionais, o valor alto do combustível, aliado ao custo elevado de manutenção dos veículos e do preço baixo do frete são os principais fatores que geram insatisfação na classe. A categoria também pede o andamento do processo de implantação da tabela mínima do frete, que atualmente está com a análise da sua validade jurídica paralisada no Supremo Tribunal Federal (STF).
Para evitar uma paralisação, o grupo busca audiências com o governo federal para discutir melhores condições nos pontos questionados pela categoria. Alguns líderes do movimento esperam que o presidente Jair Bolsonaro esteja presente no encontro, já que o político teve o apoio de boa parte da categoria nas eleições de 2018.
Na região mobilização é baixa
Apesar da mobilização que vem sendo construída em nível nacional, na região, profissionais que atuam no dia a dia com a condução de veículos de cargas ou que tenham ligação com a classe afirmam que as conversas sobre uma greve ainda não existem.
Essa diferença de realidades marca a categoria, que nas diversas paralisações que já realizou tem por característica não se associar a alguma figura de liderança que represente todos os profissionais. Por conta disso, é difícil confirmar se haverá ou não possibilidade de paralisação. Historicamente, em outras greves, o início dos movimentos foram todos marcados por paradas de caminhões em algumas cidades do país, situação que ia ou não ganhando adeptos no decorrer dos dias.
*Mais informações confira na edição impressa do AU deste sábado, 16.