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Prateleiras quase vazias
Redes pública e privada enfrentam falta de remédios
Levantamento aponta que mais de 40 medicamentos estão em falta em todo o Brasil
Por: Cíntia Henker
Publicado em: terça, 21 de junho de 2022 às 16:54h
Atualizado em: terça, 21 de junho de 2022 às 16:57h

Na semana passada, o jornal O Alto Uruguai trouxe à tona um problema que vem afetando toda a região, a falta de soro. Em função da gravidade do assunto, o tema também foi pauta de uma audiência convocada pelo Ministério Público de Frederico Westphalen, no entanto, a situação é ainda mais preocupante, já que os relatos de pacientes que vão até as farmácias e não encontram os medicamentos prescritos tornaram-se cada vez mais comuns. Essa falta é reflexo de um problema de desabastecimento de remédios que afeta o Brasil desde o início deste ano. 
De acordo com um levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), diversos Estados brasileiros relataram falta de mais de 40 medicamentos, que vão desde soro fisiológico e antibióticos até remédios utilizados no tratamento de doenças raras, como lúpus, guillain-barré e chron.
O que explica este desabastecimento no país é a falta de insumo farmacêutico ativo (IFA), ou seja, a matéria-prima. O Brasil produz apenas 5% do IFA utilizado no território nacional, o restante é importado.
Em âmbito regional, a situação não é diferente, conforme explica a representante do Conselho de Farmácia, Cristiane Kogler. “Os laboratórios não têm previsão para estabilidade desse problema da falta de matéria-prima, pois a maioria vem da China e da Índia, e em função da pandemia e isolamento social, diminuiu a produção. Outro fator que impactou foi a guerra entre Ucrânia e Rússia, já que muita coisa vem destes países em conflito”, ressalta.
Com o frio antecipado em todo o Rio Grande do Sul, a busca por medicamentos para síndromes gripais aumentou consideravelmente, no entanto, não há remédio suficiente disponível para a população. “Acabamos nos desabastecendo. Temos uma lista diária para monitorar o estoque e tentar atender a comunidade, pois isso dificulta até para os médicos, já que os pacientes recebem a prescrição e não encontram os medicamentos e precisam solicitar que os profissionais substituam por outros”, acrescenta Cristiane. 
Este não é apenas um problema da rede privada, a saúde pública também sofre com o desabastecimento. Em FW, por exemplo, a segundo a secretária de Saúde, Taís Candaten, os principais remédios em falta são dipirona e amoxicilina.

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Impactos e soluções
O cenário também causa restrições nas cirurgias e, na maioria dos casos, os procedimentos que já estavam atrasados em função da pandemia agora precisaram ser adiados novamente por falta de medicamentos. Isso poderá sobrecarregar o sistema de saúde futuramente. 
Em relação a isso, o Ministério da Saúde informou que trabalha junto com os conselhos municipais e estaduais de saúde e com representantes das indústrias farmacêuticas para articular ações emergenciais que diminuam o desabastecimento de medicamentos.
No entanto, segundo Cristiane, algumas medidas podem ser tomadas pela população para amenizar a grande procura por remédios, como o uso de máscara, principalmente para aqueles que apresentam sintomas de doenças respiratórias, como gripe e Covid-19. 

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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