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Agronegócio
Área plantada do trigo apresenta 17,51% de aumento na região
Culturas de soja e milho também tiveram acréscimo no número de hectares
Por: Joana Kraemer
Publicado em: terça, 08 de fevereiro de 2022 às 08:32h
Atualizado em: terça, 08 de fevereiro de 2022 às 08:39h

A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) divulgou, recentemente, o balanço da safra de 2021 e as projeções para este ano. O resultado apresentado pelo economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, apontou um aumento de 4,4% na área plantada durante a safra do último ano.

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De acordo com o economista, o resultado foi um aumento da produção, não apenas pela ampliação da área, mas por se tratar de uma comparação com um período anterior com registro de seca.Os grãos que tiveram desempenho superior foram justamente os de inverno, ocupando não novas áreas, mas aquelas já consolidadas no verão e que não são plenamente aproveitadas por não termos uma produção voltada para o mercado”, avalia.

Na região do Médio Alto Uruguai, as principais culturas de grãos apresentaram acréscimos significativos na área plantada, em comparação com 2020, totalizando cerca de 20% de aumento. O gerente em exercício da Emater/RS-Ascar, Cleomar De Bona, detalha que a cultura com maior aumento foi o trigo, que passou de 98.662 hectares plantados em 2020, para 115.940 hectares, em 2021, uma elevação de 17,51%. Em seguida, os grãos de soja tiveram um acréscimo de 2,41% em seu cultivo, passando de 408.900 hectares, em 2020, para 418.750 hectares no último ano.

A cultura que apresentou menor aumento na área plantada foi o milho, uma das mais importantes para a região, mesmo com a porcentagem pequena, de 0,08%, o resultado é avaliado como positivo. Em 2020, na região, haviam 85.780 hectares plantados com a cultura, e passaram para 85.850 hectares em 2021.

Para 2022, de acordo com a Farsul, a projeção é de um aumento de 3,1% na área plantada, também para as culturas de inverno e um crescimento de 1,8% na produção. O gerente em exercício da Emater/RS-Ascar demonstra um receio no aumento da área plantada da cultura de grãos. “Até então, os preços, estavam muito bons, em alta, agora para este ano, baseado na estiagem e no alto custo dos insumos, não sei se essa tendência de aumento de área vai prosseguir”, explica De Bona.

O profissional ainda expões que a estiagem, a inflação e o aumento dos insumos agrícolas são fatores que impactam diretamente no crescimento da área plantada e que apesar do valor da safra continuar em alta, ainda é cedo para projetar crescimento em 2022. “Esse crescimento que houve nos anos anteriores é em virtude disso, altos preços, e o pessoal ainda conseguia fazer uma lavoura com um custo menor”, detalha o gerente.

 

A alta dos insumos
O economista da Farsul também aproveitou para fazer a comparação entre os preços dos produtos e bens de consumo repassados aos consumidores e produtores. Luz destacou que não foram apenas os produtos da agricultura que tiveram elevação, a inflação atingiu todos os setores da sociedade. Os alimentos, que foram diretamente impactados, foram lembrados pelo economista, que exemplificou usando a alta do arroz, que teve um aumento de 32% para o consumidor ao longo do ano, enquanto para o produtor, houve queda de 31%. “Outros produtos cresceram, não vivemos apenas uma inflação de alimentos, mas uma inflação”, destacou.

Fonte: Jornal O Alto Uruguai
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