Preservar a tireoide e a sua capacidade adequada de produção de hormônios é o principal objetivo da Ablação realizada no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), de Passo Fundo. O procedimento se tornou uma ótima opção para os pacientes com nódulos benignos ou bócios tireoidianos que querem evitar a cirurgia tradicional e o uso contínuo de medicamentos.
Conforme o radiologista intervencionista, Guilherme de Araujo Gomes, há cinco anos, o tratamento de Ablação é aplicado para nódulos de tireoide no HSVP, mas em razão dos inúmeros benefícios a técnica está ganhando bastante destaque. “A Ablação é recomendada para nódulos benignos de diferentes tamanhos. O público-alvo são pacientes que têm nódulos grandes, muitas vezes até palpáveis e visíveis, e que sofrem com alterações estéticas e também com sintomas de rouquidão e dificuldade para deglutir. Através do procedimento obtemos uma redução gradativa de cerca de 80% do volume do nódulo ao longo de 3 meses. A taxa de sucesso pode ser ainda maior se pensarmos no período de 6 meses”, disse o médico.
Desde 2014 a Ablação também é realizada no Hospital São Vicente de Paulo para o tratamento de tumores no fígado, ossos, rins, pulmão e para miomas uterinos. O método consiste no aquecimento ou congelamento do tumor por meio da colocação de uma fina agulha na área a ser tratada, de forma rápida e minimamente invasiva. “Nós utilizamos uma agulha, guiada por meio de ultrassom ou tomografia para fazer a destruição do centro do nódulo. No caso da tireoide, a queima acontece por meio de uma corrente de radiofrequência, fazendo uma espécie de cauterização dos vasos que irrigam esse nódulo”, destaca.
O médico explica que o paciente que opta pela Ablação faz o procedimento de forma ambulatorial e pode ir embora no mesmo dia. “Com o tratamento é possível obter a resolução dos sintomas, reduzindo o tamanho dos nódulos e consequentemente corrigindo possíveis alterações estéticas decorrentes do bócio tireoidiano. A técnica é pouco dolorosa e o paciente sente apenas um leve desconforto. Além disso, ela não deixa cicatrizes e o pequeno edema que fica já desaparece na primeira semana”, diz.
Uma das maiores vantagens da Ablação é que ela vai tratar apenas o nódulo e preservar todo o restante da função da tireoide, que é um órgão muito importante para a regulação do metabolismo do organismo do paciente. “É uma opção terapêutica, pois a ressecção cirúrgica tradicional desses nódulos pode ocasionar a retirada de 50 a 100% da extensão da glândula tireoide. Isso resultaria em uma insuficiência tireoidiana que é a limitação da capacidade de produção adequada dos hormônios pela tireoide e até, em alguns casos, a perda total que deverá ser compensada pela reposição hormonal por meio do contínuo de medicamentos”, relata o radiologista intervencionista.