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Ensino Superior
Curso de Licenciatura Intercultural Indígena da UFSM/FW realiza Aula Inaugural
Solenidade aconteceu na Terra Indígena Goj Vêso, de Iraí, na manhã deste sábado, 22
Por: Gabriel Pinto
Publicado em: sábado, 22 de março de 2025 às 18:30h
Atualizado em: sábado, 22 de março de 2025 às 18:36h

Um marco histórico para a comunidade Kaingang ocorreu na manhã deste sábado, 22. Foi realizada, na Terra Indígena Goj Vêso, de Iraí, a Aula Inaugural do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (via PARFOR Equidade) do Campus da Universidade Federal de Santa Maria em Frederico Westphalen (UFSM/FW).

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A cerimônia foi iniciada com falas do cacique Isaías e de representantes locais. “Nós temos o prazer de receber a universidade dentro das nossas aldeias. O que nos deixa felizes é poder dar a oportunidade de preparar nossos professores e nossos indígenas, e de qualificar nossos alunos. Hoje, agradecemos à universidade por instruir nossos professores e futuros professores para educar nossos filhos. Nós estamos esperançosos e com muita expectativa”, disse o cacique, reforçando a importância do curso para o fortalecimento da educação indígena. 

 

Após, a professora Aline Ferrão Custódio Passini, coordenadora do curso, discursou a respeito da graduação e explanou sobre a importância da implementação de um curso de licenciatura para a comunidade Kaingang. “O curso é de extrema importância para os professores indígenas e para a cultura Kaingang. Ele foi pensado para eles, feito com eles. Eles têm língua, arte e saberes Kaingang, e a gente utiliza, então, todo esse conhecimento nesse curso. E temos, agora, como um diferencial, professores indígenas convidados, que vão contribuir junto com os professores da UFSM. O Curso de Licenciatura Intercultural Indígena vai fazer diferença na vida deles, e na vida dos filhos deles”.

 

A solenidade marcou o início da primeira turma do curso de formação de professores ofertada pelo Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR Equidade), que tem o objetivo de habilitar professores em licenciaturas específicas para que atendam redes públicas de educação básica ou então redes comunitárias de formação por alternância, que oferecem educação escolar indígena, quilombola e do campo, educação bilíngue de pessoas surdas e educação especial inclusiva.

 

Edimara Babinski Backes, diretora da Escola Indígena Goj Vêso, de Iraí, externou o sentimento de realização. "Desde que abrimos nossa escola, em 2017, sonhávamos, junto com as lideranças, em um dia trazer um curso superior ali na Aldeia. Então, esse dia chegou, graças à parceria da UFSM com o cacique e a comunidade”.

 

A graduação tem duração de oito semestres e é ofertada em regime de alternância, ou seja, serão realizadas aulas nas terras indígenas Kaingang de Iraí, Redentora, Muliterno e Inhacorá e também no Campus da UFSM/FW, para os 100 acadêmicos matriculados no curso.

Fonte: Jornal O Alto Uruguai