Sabe quando a terra estremece e olhamos ao lado tudo ruir? Acredite, sempre pode ser pior. O mundo não consegue variar seu script e perpetua guerras insanas. A fome, a pobreza e a desgraça, são coisas constantes em muitas localidades. Aliás, a fome transita nas calçadas, vasculhando lixos a procura de alimento. A icônica cantora Elza Soares já propagava em 1953, no Programa de auditório do Ary Barroso, que vinha “do Planeta Fome.” Um planeta que sempre existiu, embora invisível para parte da sociedade que comunga: “nunca vi, não sei e não quero saber.” Ignorar realidades que nunca vivemos e não somos empáticos, pode ser tranquilo para quem pode abastecer a despensa com alimentos em casa. Só não podemos fugir da fome interior. Aquela que corrói e chafurda nossa alma. Do que você tem medo? Tem medo de sentir medo? Medo do quê?
O medo - sentimento que por vezes fingimos não existir -, costuma nos assombrar nos deixando impotentes diante do desconhecido. Do medo de olhar em baixo da cama ao medo de olhar para dentro de nós, a fuga é um caminho conveniente. Como virar as costas para o que nos parece ruim, mudar de canal e boicotar telejornais que informam o que não queremos ver. Ao avistar um cidadão de rua mudamos de calçada ou fechamos o vidro do carro no sinal. Não queremos ser incomodados com a dor alheia. Se precisamos visitar alguém acamado, desculpamos nossa falta de paciência fazendo “visitas de médico”, breves, com a justificativa de não incomodar o doente. Tem gente que foge de conviver com gente idosa, temendo o próprio futuro e a morte. Outros evitam o amor com medo de sofrer. Criamos momentos sabáticos e nos confinamos, para esquecer o mundo lá fora e acreditar que está tudo bem.
Na mitologia grega “Fobos” era do deus do medo – filho de Ares (deus da guerra) e Afrodite (deusa do amor) -, ele acompanhava o pai nas guerras inspirando medo e pavor nos inimigos, daí a origem do termo fobia. Sentir medo é da natureza humana e uma emoção vital para nossa sobrevivência, desde que não seja desproporcional. O medo excessivo – também conhecido como fobia - costuma se manifestar por uma variedade de sintomas físicos e psicológicos como falta de ar, sudorese, palpitações ou preocupação exagerada a respeito de algo. A materialidade dos nossos medos por vezes inexiste, mesmo assim, sofremos por antecipação. O que fazer nessas horas? Procurar ajuda psicológica para ajudar no enfrentamento desses medos, identificando quais seus gatilhos e dessensibilizando-os.
Bons Ventos! Namastê.
